O livro dos seguranças, mesmo com todos os exageros, foi indubitavelmente a primeira vez que o lado obscuro da vida de Elvis veio a tona. Sempre me fascinei por esse assunto porque até então os fãs estavam em sua grandessíssima maioria alheios ao que realmente acontecia por detrás das cortinas. Também porque o próprio Elvis sabia da existencia do livro, lendo o manuscrito e reagindo a ele. Este manuscrito, repleto de anotações e passagem anotadas pelo próprio Elvis está em mãos particulares e constituiria fascinante leitura. Como não temos acesso a ele, acho fascinante cada fragmento de opinião que podemos coletar de pessoas que conversaram com Elvis sobre o livro. Mais recentemente Sandi Miller comentou a respeito no fórum do EC:
Sandi Miller: ...he had a copy of the manuscript before the book was out. The book saddened him greatly - he kept saying "why are they doing this ?" - His greatest concern wasn't so much for himself but what the fans would think and even more so- that his family would be reading it - especially Lisa one day. None of it would be new to his family of course but that was beside the point-he felt very betrayed and sad (not mad really which surprised me) He had tears in his eyes and his hands were shaking while he held that manuscript ...
Ele tinha uma cópia do manuscrito antes dele ser lançado. O livro o intristeceu profundamente. Ele falava: "Porque eles estão fazendo isso?". Sua maior preocupação não era tanto com ele próprio, mas com o que os fãs iriam pensar e pior, que sua família iria ler, especialmente Lisa um dia. Nada disso obviamente ia ser novidade para sua família, mas nesse caso ia além disso. Ele se sentiu traído ( e não com raiva, o que me surpreendeu). Ele tinha lágrimas em seus olhos e suas mãos tremiam enquanto ele segurava o manuscrito...
Sejam quais foram os reais motivos que levaram Dave, Sony e Red a escreverem o livro não ha dúvidas que ele impactou profundamente Elvis. Aliado ao abuso de medicamentos e a depressão eu acredito que o livro tenha sido a pá de cal para ele. Triste pensar que um ser humano tão talentoso, generoso e com tantos motivos para ser feliz morreu deprimido, numa situação artística e pessoal tão desmoronada.
Sem querer defender os 3 canalhas, mas pelos relatos de como foram despedidos e o que receberam pelos serviços prestados, este deve ter sido um ato de "vingança". Tipo: "Já que fomos despedidos sem levar nada, vamos ganhar dinheiro desta forma..." Na minha opinião o Elvis deu "bobeira" em permitir que pessoas de fora de sua familia ficassem tão intimos. Conheço família que briga por dinheiro, imagine empregados sem vinculos de sangue!. Se fossem amigos, com certeza teriam feito uma reunião com Elvis e feito algum acordo. ou Elvis poderia ter aproveitado a oportunidade e ter dito: Eles vão ver se os fãns vão acreditar nisso! Vou me tratar e este livro não vai passar de uma piada de uns despeitados! E teria vivido muito mais! Se quisesse! Assim como Eric Clapton ficou livre de drogas muito mais pesadas e viciantes, Elvis poderia ter parado e se tratado. E olhe que Eric clapton foi Ateu, até o dia em que caiu de joelhos ao lado da cama e segundo ele, houve a REDENÇÃO a Deus, pedindo que desse forças para parar com as drogas e o alcool. Ele está livre do alcool e das drogas desde 1988. Muito boa sua autobiografia. Quem puder ler, eu recomendo! abraços
"Se a vida fosse justa, Elvis estaria vivo e todos os imitadores estariam mortos." – Johnny Carson, comediante, 1997
Hoje em dia ele é uma leitura bem tranquila , sem nada de excepionalmente "assustador". Elvis vacilou , eles vacilaram , sem mocinhos no caso realmente.
Life is messy I feel like Elvis Presley At a very early age They put you in a cage And they push you out on stage Life is messy
Concordo com o Nassib no que diz respeito ao fato do livro ter sido escrito por vingança e dinheiro. Acho que nenhum amigo de verdade espalharia a intimidade e os problemas de alguém como forma de ajuda-lo. Existiam diversas outras formas de fazerem isso. Sonny West falou certa vez que o livro foi escrito por mágoa e raiva. John Herman, o fã que gravou o show de Elvis in Pittsburgh em 1976, contou no livro de The Concert Years o seguinte sobre um encontro em Julho de 1976:
"Falei com Red antes do show. Ele foi bastante negativo com relação a Elvis e quando pedi para ir ate a suite dele (Elvis)ele me disse coisas que nunca pensei que ele diria. Nunca ouvi Red falar de Elvis daquela maneira como ele o fez naquela noite. Percebi aí que Red não ficaria muito tempo empregado"
Verdade seja dita, Elvis não agiu corretamente com os West, principalmente com Red, quando os demitiu. Red não era um "zé-mané", não era apenas um pseudo segurança como seu primo, mas um amigo de adolecencia de Elvis e um compositor talentoso. Mas muito provavelmente Elvis agiu dessa maneira porque como sempre fazia, demitia as pessoas para mostrar quem tinha o poder e depois os recontratava. Uma curiosidade, aos 70 e poucos anos, Red West conseguiu um papel principal num filme que está sendo bem recebido pela critica, Goodbye Solo: