Nos Passos De Elvis em Bad Nauheim - Por Sergio Biston


No Natal de 1957 Elvis Presley, então o artista mais popular do mundo, recebeu a convocação para o serviço militar. No auge da carreira, dominando as paradas de sucesso pelo mundo afora, e já um astro dos filmes de Hollywood, parecia inconcebível que um artista tão popular fosse realmente convocado para servir ao exército. Mas foi o que aconteceu. E por dois anos, Elvis  ficou sob a tutela do Tio Sam, cumprindo seu dever como qualquer outro soldado. Mas Elvis não era qualquer soldado e  sua  convocação causou comoção mundial, notíciada por todo o mundo civilizado. Nenhum outro soldado teve seu corte de cabelo filmado e estampado em dezenas de jornais e revistas, ou seu juramento e exame físico filmados e exibido em cine-jornais pelo mundo.
Quando desembarcou em Bramehaven, na Alemanha,  nenhum outro soldado havia experimentado tamanha recepção e histeria. Sendo assim, não é preciso muito esforço para entender porque a pequena cidade de Bad Nauheim ficou profundamente marcada pelos 18 meses que o mais famoso soldado americano nela residiu.
Tão profundamente marcada que mesmo sessenta anos depois, fãs e turistas ainda peregrinam até ela para visitar os lugares por onde Elvis passou e para deixar suas homenagens.
E foi o que fiz ao viajar pela Alemanha, sessenta anos depois que Elvis passou por lá.
Depois de avistar a primeira placa na estrada, indicando a entrada de Bad Nauhein, paramos nosso Motorhome num estacionamento público próximo à estrada e de mapa e celular na mão, comecei a busca pelos passos do soldado número 53310761.
® Sergio Luiz Fiça Biston, Maio de 2019



 



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® Sergio Luiz Fiça Biston, Outubro de 2017



 



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O primeiro destino e a foto mais cobiçada era o Burgpforte, antiga construção em arco que outrora foi o portão de um castelo e local onde Elvis foi fotografado para a capa do compacto Big Hunk O´Love/ My Wish Came True.
Após cerca de 30 minutos de caminhada, dobrei uma esquina e avistei o que me pareceu ser o famoso portão. Ao passar por debaixo do arco, mais um sinal de que estava na direção correta. Nas paredes, um bonito grafitti retratando a capa icônica. Mais alguns passos e ali estava eu, no exato local onde ha sessenta anos  Elvis, vestindo seu uniforme de passeio do exército, se recostou contra a parede de um prédio e virou capa  de compacto. Na parede, uma placa informativa em alemão informa fãs, moradores e curiosos, que ali foi feita  a famosa foto. Saquei a capa do compacto de minha mochila, me posicionei, e registrei ali a primeira de várias fotos no local.
Com exceção dos carros estacionados ao lado da calçada, e de três janelas instaladas no telhado do portão, o local está incrivelmente preservado. As placas com os números do prédio e que aparecem na capa do disco ainda estão lá, mas recolocadas bem mais abaixo. É indescritível estar ali, num local praticamente parado no tempo, olhar a capa do disco e ver Elvis posando para as fotos. Enquanto estivemos ali, mais algumas pessoas se aproximaram para bater fotos do famoso local. Fizemos nossas fotos, imitando a pose de Elvis, como todo bom fã e turista e com o primeiro objetivo cumprido, dei uma última longa olhada no local e seguimos para o próximo destino: 14 Goethestrausse.

É uma caminhada de cerca de 3 quilômetros do portão até a casa de Elvis, e ao fazê-la, é impossível não imaginar-se como Elvis, andando pelas ruas de Bad Nauheim acompanhado do fotógrafo, parando para posar para as fotos e atendendo os curiosos e fãs que também registravam sua passagem por ali.
Depois de cruzar algumas ruas e quadras, o GPS indicava que estávamos próximos do destino e após mais uma esquina contornada, já avisto a famosa casa.
Assim como o portão, a casa está miraculosamente parada no tempo. Olhei para a pequena mureta, avistando o número 14. Parei em frente a casa, as janelas de madeira abertas, o interior da casa bloqueado pelas cortinas, e “vi” Elvis acenando para os fãs, do andar de cima. “Ouvi” o som do piano e a cantoria animada de Elvis e seus amigos. Olhei para o pequeno pórtico de entrada, com a luminária no teto e ali estava Elvis, xícara de café nas mãos, posando para uma fotografia. Era uma tarde bucólica, a rua silenciosa e fiquei ali contemplando a casa, imaginando as tardes longínquas de 1959, com os fãs no portão de madeira, conversando com Elvis, levando bolos e fotos para serem autografadas.
Mas Elvis não vive mais ali. A Mercedes Benz branca estacionada no pátio e o nome na campainha são lembretes cruéis de que o tempo passou, outros ocupam a casa e só o que restou é um punhado de fotografias e talvez algumas lembranças de quem viveu aquela época e ainda está por aqui.
Procuro no celular uma foto de Elvis na frente da casa. São poucas as que o mostram nitidamente com a casa aparecendo totalmente. Escolho uma e me posiciono de maneira similar para a minha foto. O registro de que eu, assim como ele, também estive aqui.
Despeço-me da casa e seguimos rua abaixo em busca da igreja. Mas volto para olhá-la mais uma vez, pra ter certeza de que vou guardar as lembranças até a próxima vez que possa voltar aqui.

A igreja fica a pouco mais de 1 quilômetro da casa. Os arredores mudaram bastante e fica impossível tirar uma foto no exato local onde Elvis estava. Pausa para um strudell com creme e sorvete num aconchegante bistrô em frente à igreja. Puxamos conversa com a simpática garçonete e digo a ela que viemos do Brasil para seguir os passos de Elvis em Bad Nauheim. Ela sorri, mas não se surpreende. Pergunto se ela sabe onde estão as pontes onde Elvis foi fotografado. Sem ter certeza, ela indica uma que está a apenas poucos metros de distância. Juntamos nossas coisas e vamos até o local indicado.


Mochila nas costas, chega a hora de caminhar até o último destino. O Hotel Villa Grunenwald, pouso de Elvis nos primeiros meses na Alemanha. No caminho encontro referências dele por toda a cidade. Uma placa com seu nome numa praça. Um ponto de ônibus decorado com sua foto. Uma joalheria em cujas portas Elvis desembarca com a pesada mochila nas costas. Tudo mostra o quanto a passagem de Elvis por ali marcou para sempre a cidade.
No topo de uma bonita subida, o Grunelwald se destaca pela arquitetura clássica e bonita. É um tanto pequeno, mas majestoso. Ali Elvis registrou num gravador amador, horas de música com os amigos e familiares, cantando e tocando piano e guitarra. Ouviríamos essas gravações décadas depois.
Dali também Elvis foi “convidado” a se retirar, quando a bagunça com os amigos e as festas com música até altas horas da noite, chegaram ao limite da paciência do proprietário do hotel. Mas tudo foi perdoado. Na frente do hotel, um memorial marca a sua passagem por ali. No chão, ao pé da coluna de mármore com seu busto e nome, flores, mensagens e lembranças. Deixo ali uma pequena flor colhida no jardim que adorna o hotel. Missão cumprida, me despeço do soldado mais famoso de todos os tempos.


A princípio a velha ponte não parece a mesma, parece estreita demais, mas vamos comparando com a fotografia que trago impressa junto à um mapa e sim, é ela mesma. Até os furos na sólida estrutura permanecem lá. Idem para os postes de luz e os prédios ao fundo.
O mesmo já não pode ser dito da ponte da foto mais famosa. Ela fica diretamente do lado oposto da primeira ponte, mas o gradil trabalhado da época de Elvis foi substituído por um muito menos glamouroso, e a vegetação encobre a maior parte do fundo que aparece na foto de 1959. A segunda foto mais esperada por mim é uma decepção.
I've got those hup, two, three, four
occupation G.I. Blues !

Um agradecimento especial à Elisangela, minha eterna paixão e a minha nova companheira de viagens, Laura, o amor da vida de papai.
CONFIRA NO VÍDEO AO LADO, MAIS FILMAGENS E FOTOS DE NOSSA VIAGEM POR BAD NAUHEIM, ALÉM DE MEMORABÍLIAS DO PERÍODO. NÃO SE ESQUEÇA DE SE INSCREVER NO CANAL DO ELVIS COLLECTORS BRASIL! =========================================>